domingo, 12 de junho de 2016

BEZERRA DE UMA SEMANA......E OS MESMOS ERROS

         Essa bezerra tinha uma semana de vida e amarrada em um galpão era alimentada com leite e concentrado.
Para deixar o local sempre seco o produtor espalhou maravalha no chão, assim a bezerra tinha uma cama seca e macia. Porém essa tradição de alimentar as bezerras apenas duas vezes ao dia, acaba por deixar os animais com fome entre uma refeição e outra, dessa forma as bezerras ficam mais inquietas, estressadas e começam a procurar alimento. Como estão amarradas a uma corda e com maravalha no chão, é fácil entender que logo estarão comendo esse tipo de cama. A maravalha (madeira de eucalípto) se acumula no pequeno rúmen da bezerra que junto carrega um acúmulo de bactérias do solo. Foi encontrado tanta maravalha apodrecendo no rúmen dessa bezerra que a mesma morreu sem dar muitos sinais para iniciar algum tratamento. Apenas ao anoitecer o produtor percebeu que a mesma poderia estar doente, mas como ainda bebera leite ficou para o outro dia avaliar melhor. Na manhã seguinte não deu mais tempo. Na necropsia constatamos esse acúmulo de maravalha em decomposição, fétido que com certeza virou em um meio de cultura para bactérias que se espalhou depois via intestino provocando uma septicemia fatal.
ABOMASO COM LEITE COALHADO
RÚMEN COM ACÚMULO DE MARAVALHA
CONTEÚDO DO RÚMEN LAVADO
                               Na nossa região ainda existem dificuldades para se implantar nas propriedades um sistema de criação de bezerras que traga mais resultado e evite doenças. Estamos na transição entre a tradição e o recomendável. O preço desse aprendizado é caro, pois envolve perdas econômicas e genéticas. Mas toda bacia leiteira passará por essas fases e aqui não será diferente.

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