sábado, 30 de junho de 2012

TRADIÇÃO DE AMANSAR BOIS - Continua viva....

 A agricultura antes da chegada do trator sempre foi feita com uso da tração animal. Com isso o rendimento do trabalho se multiplica, pois com o uso do cavalo ou de bois mais área pode ser plantada e menos força o homem precisa fazer. Mas cada região e cada povo tem sua maneira de trabalhar com os animais. Aqui no extremo-oeste catarinense, colonizado a partir de 1920 com agricultores imigrantes alemães vindos do Rio Grande do Sul, os bois na canga foram a força que ajudou a desbravar essas matas e transformá-las em terras produtivas. Naquela época, para tirar madeira do mato e arar as encostas dos morros e puxar carroças morro acima não podia ser com animais pequenos, pois precisava-se de força e rapidez. A raça que mais respondia à essas exigências eram os animais zebuinos (nelore, guzerá e um pouco menos o gir). Os animais (reprodutores machos) existentes na época eram sempre originários de cruzamentos, pois não havia touros puros na região. Por todas essas dificuldades, era um privilégio ou um destaque aquele que conseguisse ter uma junta de bois grandes e o mais idêntico um boi com o outro. Essa característica de serem quase iguais na pelagem era um motivo de orgulho, satisfação e muitos negócios foram feitos ou até mesmo trocas de animais para atingir essa tão desejada parelha de bois. Essa tradição se perpetuou nas gerações e até hoje ainda resiste convivendo ao lado dos modernos implementos agrícolas. Mais recente com a chegada da inseminação artificial se tornou mais fácil conseguir animais mais característicos da raça nelore e com isso satisfazer o desejo de tantos agricultores. Sem dúvida que ter uma parelha de bois tão imponente na estrada equivalia a andar com um carro de luxo (automóvel) ou o mais recente lançamento. Se faziam grandes deslocamentos para comprar esses animais e depois amansá-los. A procura hoje por bois de tração reduziu-se muito, pois os tratores se tornaram mais baratos para comprar e o rendimento é incomparável. Mesmo assim ainda encontramos nas estradas do interior muitas carroças e bonitos bois puxando pasto ou silagem para as vacas de leite.












 Fato raro na região é ter bois mestiços jersey para trabalho


 O par perfeito: tamanho e pelagem semelhantes

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