MUNICÍPIOS CAMPEÕES DE LEITE
Por ROSANGELA ZACCOL, 17 DE ABRIL 2014
A produção brasileira de leite, estimada pelo
IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, foi de 32,304
bilhões de litros em 2012. Apesar de ser produzido em todo o território
nacional, há uma concentração de áreas mais produtivas nas regiões
Sudeste e Sul, com volume aproximado de 22,3 bilhões de litros, que
representa 70% do volume total. Na figura 1 observam-se as
microrregiões destacadas de acordo com a densidade de produção, que foi
calculada como sendo o volume de leite por área.
A região Sul possui as microrregiões mais expressivas, com volume acima de 45 mil litros/km2/ano. Os Estados de Minas Gerais e Goiás abrigam as áreas de mediana densidade, entre 15 e 45 mil litros/km2/ano. O restante do País, onde não se observam definidas as microrregiões, possui densidade baixa, isto é, inferior a 15 mil litros/km2/ano.
A região Sul possui as microrregiões mais expressivas, com volume acima de 45 mil litros/km2/ano. Os Estados de Minas Gerais e Goiás abrigam as áreas de mediana densidade, entre 15 e 45 mil litros/km2/ano. O restante do País, onde não se observam definidas as microrregiões, possui densidade baixa, isto é, inferior a 15 mil litros/km2/ano.
Município x densidade – Considerando
o volume de leite agregado por município e classificando cada um por
densidade de produção, litros/km2/ano, tem-se que em 93% deles a
produção é inferior a 50 mil litros/ano. Apenas 7% dos municípios
brasileiros apresentam volume de leite por área superior a 50 mil
litros/ano, que totalizaram 367 municípios, e que neles foram produzidos
7,9 bilhões de litros de leite, que representaram 24% da produção
nacional (tabela 1). Municípios com densidade de 100 mil a 150 mil
litros/km2/ano produziram 1,48 bilhão de litros e estão localizados em
Santa Catarina (48%), no Rio Grande do Sul (38%), no Paraná (10%), dois
em Minas Gerais e um em São Paulo.
Os 15 municípios campeões em produção de
leite por área estão listados na tabela 2, pela qual se observa que
nove deles estão localizados em Santa Catarina, cinco no Rio Grande do
Sul e um no Estado do Paraná. Westfalia, no Rio Grande do Sul, e
Coronel Freitas, em Santa Catarina, produziram volumes superiores a 250
mil litros por km2 (tabela 2). Oito municípios possuíam densidades
entre 200 e 250 mil litros/km2/ano, que também estão localizados no Rio
Grande do Sul: Casca, Boa Vista do Buricá e Estrela e, em Santa
Catarina, São João do Oeste, Anchieta, Cunhataí, Palmitos e São Carlos.
Entre os municípios campeões em densidade de produção, em Carambeí-PR a produtividade média por vaca ordenhada foi de 5.891 litros/ano, seguido por Casca-RS (5.400 litros) e Boa Vista do Buricá-RS (5.105 litros), que são produtividades muito superiores à média nacional, de 1.480 litros/vaca ordenhada/ano. Os municípios de Estrela, Westfalia e Teutônia apresentaram produção entre 4.444 litros e 4.929 litros/ano.
Entre os municípios campeões em densidade de produção, em Carambeí-PR a produtividade média por vaca ordenhada foi de 5.891 litros/ano, seguido por Casca-RS (5.400 litros) e Boa Vista do Buricá-RS (5.105 litros), que são produtividades muito superiores à média nacional, de 1.480 litros/vaca ordenhada/ano. Os municípios de Estrela, Westfalia e Teutônia apresentaram produção entre 4.444 litros e 4.929 litros/ano.
Município x volume – Considerando
o volume total de leite por município, independentemente do tamanho
deles, e classificando-os por quantidade produzida, encontramos uma
mudança de região, onde 47% deles estão em Minas Gerais, 27% em Goiás,
20% no Paraná e apenas um município em Santa Catarina e nenhum, entre os
quinze, do Rio Grande do Sul (tabela 3).
Castro, no Paraná, é o grande campeão em produção de leite, com 227 milhões de litros/ano e com uma produtividade média de 7.510 litros/vaca/ano, que é semelhante a Holanda (7.500 litros/ano) e Alemanha (7.200 litros/ano), países importantes no cenário mundial de leite.
Castro, no Paraná, é o grande campeão em produção de leite, com 227 milhões de litros/ano e com uma produtividade média de 7.510 litros/vaca/ano, que é semelhante a Holanda (7.500 litros/ano) e Alemanha (7.200 litros/ano), países importantes no cenário mundial de leite.
O segundo maior produtor de leite, Patos
de Minas, em Minas Gerais, produziu, em 2012, 150 milhões de litros e a
produtividade animal de 2.685 litros/vaca ordenhada/ano, que foi um
valor alto quando comparado com a média nacional, porém muito abaixo do
de Castro.O município de Prata, também em Minas Gerais, está entre os
grandes produtores de leite, porém a média de 1.148 litros por vaca
ordenhada é inferior à média nacional, indicando a forte presença de
sistemas sem especialização na atividade ou de duplo propósito.
Para que o País se torne um importante player no setor e atenda à demanda interna de produtos lácteos é necessária a melhoria de vários fatores, e um deles, como mencionado no artigo anterior, é a produtividade do rebanho, que reflete a especialização dos sistemas de produção de leite, seguindo o exemplo dos municípios campeões no leite, sejam eles por alta densidade ou por volume de produção.
Para que o País se torne um importante player no setor e atenda à demanda interna de produtos lácteos é necessária a melhoria de vários fatores, e um deles, como mencionado no artigo anterior, é a produtividade do rebanho, que reflete a especialização dos sistemas de produção de leite, seguindo o exemplo dos municípios campeões no leite, sejam eles por alta densidade ou por volume de produção.
Rosangela Zoccal é pesquisadora da Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora-MG
rosangela.zoccal@embrapa.br
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