domingo, 29 de julho de 2012

BEM ESTAR DE VACAS LEITEIRAS EM PASTEJO - POR JEFERSON EIDT


O bem-estar é temática presente em qualquer discussão sobre produção animal. É uma característica do animal, não é algo que pode ser fornecido a ele, porém a ação humana pode melhorar o bem-estar. Ao melhorar o bem-estar animal, conhecendo e respeitando suas características biológicas, certamente estaremos obtendo melhores resultados econômicos, aumentando a eficiência do sistema de criação, com produtos de melhor qualidade.
O acesso a alimentos de qualidade e em quantidade que satisfaçam os requerimentos das vacas leiteiras, aliados a adoção de manejo adequado num sistema de produção leiteiro são fundamentais para uma boa produtividade e para alcançar um bom nível bem-estar de vacas em lactação. Pensando nesse aspecto como fundamental para uma produção eficaz e eficiente, a propriedade da família Eidt de Linha Jaboticaba, São João do Oeste, sob coordenação do Engenheiro Agrônomo Jeferson Eidt, vem adotando práticas de manejo que respeitam as condições biológicas dos animais, bem como os requerimentos morfofisiológicos da pastagem.
            Através das imagens é possível observar que aos animais é oferecido quantidade de forragem sob a forma de pastagem que satisfaça os requerimentos do animal naquele pastejo, e ainda possibilite à planta plena recuperação e desenvolvimento para possibilitar novo pastejo, através da sobra de folhas, e da retirada dos animais do piquete em algumas horas após o início do processo de colheita. Para que a vaca não acabe destruindo a planta, em poucas palavras, ela deve estar se sentindo bastante bem no ambiente de pastejo, podendo selecionar o pasto que deseja consumir, não competindo com outras vacas e ainda colhendo de forma eficiente a forragem.
            Atenta-se também para a importância de oferecer água em todos os ambientes em que as vacas se encontrarem. Água e alimento de qualidade e em quantidade, devem ser os primeiro investimentos de uma propriedade e assim, manejados de forma eficiente, serão os recursos que trarão os mais elevados retornos financeiros.
            Por sua vez, é apresentado o manejo de colheita da forragem e o manejo de oferta de alimento aos animais. Os animais após a ordenha recebem concentrado no cocho e em determinadas épocas do ano complemento de alimento volumoso sob a forma de silagem de pré-secado de tifton. Com isso após a refeição no cocho, seguem imediatamente para a pastagem, onde suprem suas necessidades de ingestão de alimento para aquele período, vindo os animais a deitar-se apenas quatro horas após a ordenha. Com isso, diminui-se a possibilidade de contaminação, pois o esfíncter já se encontra fechado, e ainda o ambiente onde a vaca se deita é limpo, com baixa carga de contaminantes. Quando a vaca encerra um determinado pastejo, se deita para ruminar e descansar, nessa situação é muito importante que não ocorra nenhuma forma de manejo que faça os animais deixar esse estado de descanso. Isto é justificado, pois a vaca leiteira precisa de períodos de ruminação e descanso entre os pastejos ao longo do dia.
            Este manejo, bastante simples, porém muito eficaz, vem em caráter preliminar trazendo excelentes resultados na propriedade. Principalmente nos aspectos relacionados á produção leiteira, onde, houve aumento considerável da média de produção por animal e considerável e contínua redução do índice de CCS do rebanho. Por sua vez, esses resultados foram apresentados (sob a forma de pôster) no Congresso Internacional de Bem Estar Animal, que aconteceu nos dias 10 e 11 de julho de 2012 em Montevidéu, Uruguay. 
 08h00min: ENTRADA DAS VACAS NO PASTO
 08h15min: Vacas no início do pastejo, observa-se que cada vaca pode pastejar sem ocorrer enfrentamentos e competições por espaço.
 08h20min: Água sempre instalada no piquete que as vacas frequentam.
 08h55min: Vaca consumindo água, fator decisivo e de primeira importância para a produção leiteira.
 09h30min: Vacas começando a se deitar...
 10h00min: Praticamente todas as vacas deitadas descansando/ruminando, duas horas após o início do pastejo
 10h00min: Vacas saciadas com sobra satisfatória de folhas nas plantas, isso ocorrendo 4 horas após a ordenha dos animais, dessa forma também são reduzidas as chances de vaca ser contaminada por bactérias via esfíncter da teta.
 10h45min: Após descansar, algumas vacas manifestam vontade de pastejar novamente, podendo-se oferecer novo piquete para as vacas pastejar.

Jeferson Eidt, Eng Agrônomo, junto ao pôster por meio do qual foi apresentado seu trabalho durante o Congresso Internacional de Bem Estar Animal.

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