O bem-estar é temática
presente em qualquer discussão sobre produção animal. É uma característica do
animal, não é algo que pode ser fornecido a ele, porém a ação humana pode
melhorar o bem-estar. Ao melhorar o bem-estar animal, conhecendo e respeitando
suas características biológicas, certamente estaremos obtendo melhores resultados
econômicos, aumentando a eficiência do sistema de criação, com produtos de
melhor qualidade.
O acesso a alimentos de qualidade e em quantidade que
satisfaçam os requerimentos das vacas leiteiras, aliados a adoção de manejo
adequado num sistema de produção leiteiro são fundamentais para uma boa
produtividade e para alcançar um bom nível bem-estar de vacas em lactação.
Pensando nesse aspecto como fundamental para uma produção eficaz e eficiente, a
propriedade da família Eidt de Linha Jaboticaba, São João do Oeste, sob
coordenação do Engenheiro Agrônomo Jeferson Eidt, vem adotando práticas de
manejo que respeitam as condições biológicas dos animais, bem como os
requerimentos morfofisiológicos da pastagem.
Através das imagens é possível observar que aos animais é
oferecido quantidade de forragem sob a forma de pastagem que satisfaça os
requerimentos do animal naquele pastejo, e ainda possibilite à planta plena
recuperação e desenvolvimento para possibilitar novo pastejo, através da sobra
de folhas, e da retirada dos animais do piquete em algumas horas após o início
do processo de colheita. Para que a vaca não acabe destruindo a planta, em
poucas palavras, ela deve estar se sentindo bastante bem no ambiente de
pastejo, podendo selecionar o pasto que deseja consumir, não competindo com
outras vacas e ainda colhendo de forma eficiente a forragem.
Atenta-se também para a importância de oferecer água em
todos os ambientes em que as vacas se encontrarem. Água e alimento de qualidade
e em quantidade, devem ser os primeiro investimentos de uma propriedade e
assim, manejados de forma eficiente, serão os recursos que trarão os mais
elevados retornos financeiros.
Por sua vez, é apresentado o manejo de colheita da
forragem e o manejo de oferta de alimento aos animais. Os animais após a
ordenha recebem concentrado no cocho e em determinadas épocas do ano
complemento de alimento volumoso sob a forma de silagem de pré-secado de
tifton. Com isso após a refeição no cocho, seguem imediatamente para a
pastagem, onde suprem suas necessidades de ingestão de alimento para aquele
período, vindo os animais a deitar-se apenas quatro horas após a ordenha. Com
isso, diminui-se a possibilidade de contaminação, pois o esfíncter já se
encontra fechado, e ainda o ambiente onde a vaca se deita é limpo, com baixa
carga de contaminantes. Quando a vaca encerra um determinado pastejo, se deita
para ruminar e descansar, nessa situação é muito importante que não ocorra
nenhuma forma de manejo que faça os animais deixar esse estado de descanso.
Isto é justificado, pois a vaca leiteira precisa de períodos de ruminação e
descanso entre os pastejos ao longo do dia.
Este manejo, bastante simples, porém muito eficaz, vem em
caráter preliminar trazendo excelentes resultados na propriedade.
Principalmente nos aspectos relacionados á produção leiteira, onde, houve
aumento considerável da média de produção por animal e considerável e contínua
redução do índice de CCS do rebanho. Por sua vez, esses resultados foram
apresentados (sob a forma de pôster) no Congresso Internacional de Bem Estar
Animal, que aconteceu nos dias 10 e 11 de julho de 2012 em Montevidéu, Uruguay.
08h00min: ENTRADA DAS VACAS NO PASTO
08h15min: Vacas no início do pastejo, observa-se que
cada vaca pode pastejar sem ocorrer enfrentamentos e competições por espaço.
08h20min: Água sempre instalada no piquete que as
vacas frequentam.
08h55min: Vaca consumindo água, fator decisivo e de
primeira importância para a produção leiteira.
09h30min: Vacas começando a se deitar...
10h00min: Praticamente todas as vacas deitadas
descansando/ruminando, duas horas após o início do pastejo
10h00min: Vacas saciadas com sobra satisfatória de
folhas nas plantas, isso ocorrendo 4 horas após a ordenha dos animais, dessa
forma também são reduzidas as chances de vaca ser contaminada por bactérias via
esfíncter da teta.
10h45min: Após descansar, algumas vacas manifestam
vontade de pastejar novamente, podendo-se oferecer novo piquete para as vacas
pastejar.
Jeferson Eidt, Eng Agrônomo, junto ao pôster por
meio do qual foi apresentado seu trabalho durante o Congresso Internacional de
Bem Estar Animal.
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